Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

sábado, 30 de julho de 2011

Alguma coisa

Eu queria escrever um texto feliz e alegre, mas acabei percebendo que não sei fazer isso. Minha mente transborda criatividade com relação à porradaria desenfreada, sanguinolência desmedida e safadezas aleatórias, porém coisas bonitas e fofas nunca foram o meu forte. Se tentasse fazer um conto de fadas, eventualmente teria ninjas mutantes enfrentando dinossauros com metralhadoras (nossa! isso dá um baita filme).

Em outro momento queria escrever um texto triste e que fizesse o leitor refletir sobre o dia-dia. Também não deu. Estava relativamente feliz com a vida, então como poderia escrever sobre um sentimento que não fazia parte de mim no momento? Muito provavelmente eu encheria de ironia e sarcasmo, criando uma crônica de humor (o que é maioria neste blog).

Decidi-me por fazer um daqueles clássicos textos de diálogos entre pessoas estranhas, isso tem que dar certo. Mas também não deu. Um diálogo precisa ser entre as pessoas certas, todo mundo me parecia errado enquanto eu iniciava a discussão, e soar mais do mesmo não me agrada. Se for pra ver piada repetida, já basta o Zorra Total.

Contar uma história do meu cotidiano? Não, ninguém quer saber da garota que tá me enrolando no momento, das capionices ou minhas trollices Heavy Metálicas em geral. Sei que teoricamente o blog é um diário virtual, mas tendo em vista que, salvo exceções, eu não me interesso pela vida alheia, não tenho razão para fazer os outros lerem os fatos “marcantes” da minha vida. Claro, algumas rendem excelentes narrativas, porém essas estão em falta ultimamente.

E se eu fizesse uma poesia? Fiz uma íntima e realística, não tive coragem de publicá-la. Covarde é meu nome.

Acabou que minha incapacidade de escrever rendeu esse texto acima. Tal qual Jerry Seinfeld, domino a arte de falar sobre nada. E isso, de alguma forma, é alguma coisa.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Contrato Infernal

Era sábado de manhã e eu estava sozinho em casa. Para exercitar meus dons artísticos resolvi desenhar, mas por algum motivo não conseguia fazer nenhuma ilustração decente. Após algumas tentativas em vão exclamei “Droga! Tá errado de novo! O que eu não daria pra fazer certo as coisas...”.

Nessa hora uma luz vermelha iluminou todo o ambiente. Um cheiro forte de enxofre tomou conta e um homem chifrudo de terno e chapéu escuros surgiu a poucos metros de mim, ostentava papel e caneta nas mãos. Era o Anjo Caído.

Eu: PQP! Quer me matar do coração?
Diabo: Não, meu jovem, estou aqui apenas para resolver teus problemas.
Eu: É mesmo??? E que problemas seriam esses?
Capeta: Posso resolver qualquer um. Não gostaria de ser um mestre do desenho? Quem sabe ... tocar guitarra melhor que Hendrix? Algo mais fútil, como riqueza e poder? Ou os mais ocultos e pecaminosos desejos com o sexo feminino?
Eu: Interessante. O que é necessário pra conseguir isso tudo?
Lúcifer: Basta assinar o contrato. Qualquer coisa que seja redigida no contrato é possível!!
Eu: Ah, claro! Em troca da minha alma, imagino...
Cramunhão: Não. Quero apenas tua coleção de revistas em quadrinhos.
Eu: Nem pensar! Passei anos pra formar essa coleção, não troco de jeito nenhum!
Satanás: O quê? Prefere continuar com esses dons medíocres a ser um mestre das artes? Prefere batalhar cada centavo no dia a dia ao invés de riqueza imensurável? Prefere sofrer de diferentes formas ao invés de facilitar tudo?
Eu: Eu nem me preocupo tanto com essas coisas, tenho uma coleção de quadrinhos bem legal pra me distrair.

Ao ouvir essa resposta sarcástica o Belzebu enfureceu-se de forma nunca vista antes, soltou um rugido gutural e me amaldiçoou eternamente. Em seguida um redemoinho de fogo e enxofre surgiu do chão e levou o Barão do Inferno de volta para as profundezas. A iluminação vermelha sumiu e tudo voltou ao normal, com exceção daquelas cinzas fumegantes em forma de pentagrama que ficaram no chão.

Bem, joguei fora a chance de realizar meus maiores desejos. Mas não parei muito tempo pensando nisso, pois logo em seguida comecei a reler minhas revistas do Homem-Aranha e Super-Homem.


sábado, 16 de julho de 2011

Eu tive medo

Sempre me julguei uma pessoa corajosa. Mas coragem no sentido de não temer as decisões e os caminhos a seguir e não aquela coragem de fazer coisas absurdas simplesmente por desafio. Mas, apesar disso, eu não nego que muitas vezes na vida me senti um completo covarde.

Fiz todo o ensino fundamental em escola pública e, apesar de em meus primeiros anos de infância ser conhecido por brigar (ou melhor, bater, já que nunca apanhei) quase todos os dias, nunca fui um cara mal. Os caras realmente ruins eram aqueles que as outras crianças saíam de perto, que te machucavam se simplesmente não fossem com a tua cara, eles causavam medo.

Sofri muitas humilhações vindas desses marginais. Muitos deles eu poderia arrebentar a cara sem muito esforço, mas pessoas más costumam ter amigos por perto caso alguém derrube-os (o que comprova que eles são os verdadeiros covardes). Por isso, qualquer atividade que eu me via "obrigado" a compartilhar com esses tipos era um sacrifício. E, nossa, como eu me sentia melhor quando esses animais rodavam de ano ou saíam do colégio, isso significava que na minha turma não fariam mais parte. Tantos anos durou esse dilema, essa opressão por parte de futuros delinquentes e o resseio para não fazer alguma besteira ao se meter com eles.

Mas hoje eu paro pra pensar... era só o colégio!!! Porra cara, eu tava longe de ser quem mais sofria na mão dos marginais, mas porque o ser humano é tão idiota? Por que todo colégio tem sua cota de ignorantes que prejudicam os outros? E o pior de tudo, por que eu nunca toquei um foda-se e arrebentei a cara desses manés sem me preocupar com o que aconteceria depois?

Simples, eu tive medo. Não foi por racionalidade, de pensar nas consequencias, foi por medo mesmo. Fui um covarde e nunca me levantei contra aqueles que julgava errados.

Será que eu estava errado em agir dessa maneira? Ou será que eu estava certo em querer me proteger? Bem, o que importa é que superei essas adversidades escolares sem grandes sequelas e que tenho coragem pra seguir minha vida. Isso é o que importa.