Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

sábado, 26 de março de 2011

This means war

17 anos, 1,75 de altura, 96 kg, mente fria como gelo enquanto escondido atrás da trincheira, nervos à flor da pele, olhos percorrendo todos os cantos aguardando o próximo ataque. Essa é a descrição de como eu me encontrava naquela situação. Era guerra, mas não uma guerra qualquer, era o maior confronto de borrachas elásticas feito naquele ano.

Informações pertinentes sobre o ocorrido:

* O setor era composto basicamente por estagiários entre 16 e 18 anos;

* Chefes e demais superiores saíam às 18h, os estagiários às 19h;

* O material mais abundante eram as borrachas elásticas, essenciais para algumas das atividades no trabalho;

* A disposição das mesas, cadeiras e armários era propícia para esconderijos e pontos estratégicos;

* Era sexta-feira.

Os oito homens presentes no setor se dividiram em dois grupos (as mulheres apenas nos ignoraram). De um lado: MacGayver, Totó, Luiz e um que esqueci o nome. Do outro lado: Eu (codinome Chuck Norris naquela época), Biscoito, Polentolsky e Piu-Piu. O estopim da confusão foi um elástico atirado por Biscoito em Totó com a técnica do “revólver dedal”.

Homens se arrastado pelo chão enquanto os elásticos voavam por toda a sala, mirando e atirando em qualquer coisa que se movesse. Tal qual gladiadores romanos, a sobrevivência dependia da habilidade em combate, e isso gerou cenas memoráveis, como Totó passando sorrateiramente por baixo das mesas e acertando Biscoito no olho direito.

O conflito estava equilibrado, com ambas as equipes defendendo e atacando de maneira primorosa..... até a hora da traição. Piu-Piu mudou de time no meio do combate, o que nos forçou a recurar cada vez mais, até o ponto em que nós três nos encontrávamos na segunda sala, atrás da única mesa que ainda servia de defesa. Nesse ponto me deparei com a situação descrita no início do texto.

Fechamos a porta e reavaliamos nossa munição. Estava no fim, pois os sacos com os elásticos estavam na outra sala, de posse dos inimigos. Não havia meios de defesa, estávamos perdidos. Nesse momento a porta foi aberta com um chute de MacGayver e nossa única alternativa foi se encolher no chão em posição fetal para evitar hematomas e escoriações. Nunca na minha vida fui atingido por tantas borrachas ao mesmo tempo, eles descarregaram dois sacos delas em nós. Malditos.

Derrotados, destruídos e envergonhados, tivemos que limpar todo o recinto (era a penalidade para os perdedores). Infelizmente, a vida não é feita apenas de vitórias, o sabor amargo da derrota é inevitável às vezes. Mas levantei a cabeça e segui em frente na minha vida.

Tal acontecimento nunca mais se repetiu, pois pouco tempo depois me desliguei da empresa em questão. Mas, mesmo agradecendo tudo que aprendi lá e as pessoas que conheci, não posso negar que essa idiotice feita por adolescentes imaturos é uma das melhores memórias que tenho guardadas.

sábado, 19 de março de 2011

Ponto focal

Minha mãe acabou de gritar comigo. E o motivo disso foi o fato dela estar falando sem parar a uns 15 minutos e eu simplesmente nem saber o assunto, apenas concordava com o que ela dizia (até que ela percebeu essa minha técnica secreta). Bem, eu estava ocupado matando demônios das trevas no meu PC, como ela espera que eu preste atenção em outra coisa?

Sou homem, tenho foco naquilo que faço, e quando entro de cabeça em algo (ôa) trato de me desligar de todo o resto. É sabido que nosso campo de visão é abrangente, mas enxergamos apenas aquilo que se encontra no ponto focal. Agindo em conjunto, todos os sentidos do homem se voltam para algo específico, e esse algo específico não pode ser dividido com nenhuma outra coisa. Esse é o ponto que eu queria chegar.

Acontece que, em diversas ocasiões, o “foco único” do homem rende situações inusitadas.

Exemplo: Andando pela rua, estavam quatro amigos voltando do almoço. O objetivo deles era ir reto, mas seus pontos focais convergiram para uma jovem dama deveras exuberante que atravessava a rua para o outro lado. No mesmo instante, e de maneira sincronizada, os quatro mudaram a rota e foram nos passos da jovem dama. Situação normal para nós homens, não fosse o fato do primeiro deles prestar tanta atenção na jovem dama que esqueceu que havia um poste no caminho, onde ele bateu de frente. Ou seja, não podemos prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.

As mulheres gostam de ridicularizar dizendo que podem fazer várias coisas ao mesmo tempo, nós rebatemos que homens fazem uma, mas fazem bem feito. Não importa quem está certo e quem está errado, o que importa é que eu dei muitas risadas quando meu amigo olhava o decote da guria e foi reto no poste, e esse é o único motivo que tenho pra ter escrito este texto.

terça-feira, 8 de março de 2011

Piadas abstratas

Sabe qual é o lado ruim de ser nerd? As pessoas não entendem as tuas piadas. Creio que já abordei esse assunto antes, mas de uns tempos pra cá isso se aprofundou (ui) de maneira tal que as pessoas voltaram a dizer “cara, tu é estranho”. Mas não que eu esteja reclamando =)

A denominação nerd também não é mais a mesma de outrora. Antes era uma referência para os inteligentes fracotes que não conseguiam mulher e tinham a vida baseada em tecnologia e coisas que ninguém conhecia. Hoje está mais banalizada, sendo utilizada para qualquer um que seja especialista em algum assunto estranho (tecnológico ou não).

Existem três ramos “nérdicos” dos quais eu sou aficcionado: filmes de porradaria/ação/terror, quadrinhos de super-heróis e Heavy Metal. Para cada um deles possuo um grupo de amigos “entendidos”, e para cada grupo vale a primeira linha deste texto.

Analisando a fundo (ui, de novo), com cada grupo em específico rende conversas memoráveis e ininteligíveis, pois não são assuntos inerentes ao povo brasileiro em sua totalidade. (traduzindo: o povão não curte quadrinhos, filme de porrada e Heavy Metal, daí eu e os manos parecemos uns idiotas rindo de coisas sem sentido)

Conversas nerd são o máximo... para os nerds.

Qual a melhor citação de Comando para Matar? Qual o melhor zumbi de Romero? Por que Rob Liefield e Jeph Loeb não se aposentam e poupam o mundo de seus trabalhos? Foi justo o vigia apanhar pro Hulk vermelho? Dave Mustaine conseguirá fazer uma entrevista sem citar o Metallica? Você já imitou um troll da floresta hoje?

Caso você entenda alguma dessas questões (ou simplesmente riu), você é um nerd/nerda. Caso não tenha entendido bulhufas, vai achar que eu e meus amigos somos idiotas que não crescemos. Minha tia, aliás, disse certa vez que eu tenho que largar essas “coisas idiotas” e ter hábitos “de adulto”. Ou seja, ouvir música “de verdade”, ver filmes de “conteúdo” e ler coisas “sérias”.

Peraí, por não ser um som típico do país (como samba e MPB), o Heavy Metal não presta? Só por que são desenhadas, as revistas em quadrinhos não são arte se comparadas a livros? Por ter mais explosões e tiros do que diálogos intelectuais o filme se torna automaticamente dispensável? CLARO QUE NÃO, CARA!!!

Eu entendo o outro lado, pois também acho estranho quando falam coisas que não compreendo (tipo minhas colegas de trabalho discutindo maquiagem e dietas naturais). Porém, se você gosta de algo, não há problema em conhecer mais (desde que seja permitido na lei) e é excelente encontrar outros que compartilhem dos mesmos gostos. Futebol, Big Brother e reclamar dos políticos estão entre os mais comentados nas rodas de conversa. Mas nas minhas continuar sendo nerdices.

Além do mais, a graça é justamente se distanciar do senso comum e ser diferente.