Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

sábado, 28 de abril de 2012

Boas Ações

Eu nem sabia, mas esses dias foi “Dia Mundial da Boa Ação”, comemorado toda última quinta feira de Abril. Bem, eu sou um verme desprezível, acho que não fiz nenhuma boa ação neste dia, mas não tenho peso na consciência por isso, e mais adiante você saberá por quê.

O diferencial dessa data é que lembrei da minha mãe. Ela é uma mulher muito prestativa com as outras pessoas, sempre tenta ajudar, opinar uma solução para algum problema, dificilmente nega auxílio a alguém que considere necessitado. Sim, ela é uma grande pessoa, mas acho que muitos não merecem as boas ações que ela tenta dar no dia a dia. Inclusive já disse muitas vezes pra ela não tentar ajudar tanto.

Eu e ela pegamos o mesmo ônibus de manhã cedo para ir ao trabalho, mas ela desce antes. Em determinado dia, houve transtornos pelo trajeto, o motorista estava com dificuldades de seguir o caminho. Minha mãe, na boa vontade, fez a sugestão de dobrar uma rua antes, que não alteraria o percurso, mas livraria do transtorno. O motorista a ignorou completamente, mas até aí não vejo problema algum. Porém, depois que ela desceu, o ouvi fazendo comentários muito depreciativos sobre ela, a chamou de metida, que não sabe de nada, e que esse tipo de passageiro só incomoda.

É por isso que não faço boas ações a toa e pra qualquer um. O ser humano é ingrato, a maioria não vale o mínimo esforço de sua ajuda, mesmo sendo uma simples opinião. Obviamente não sou um porco ignorante e insensível que deixa o cego atravessar a via expressa sozinho. Mas, se não me foi solicitado ajuda ou a pessoa não parece o tipo que quer algum auxílio, apenas sigo meu caminho. Às vezes é perceptível a má vontade que alguém devolve a quem a ajuda, só que pessoas boas como a minha mãe não percebem isso e continuam tentando ajudar esses tipos de indivíduo.

Eu vi o motorista rindo da minha mãe opinar no percurso. Já vi idosos xingarem quem lhes tenta ceder lugar no ônibus. Já vi mendigos jogarem fora valores que consideraram pequenos pra receber. São os verdadeiros exemplos de escória da humanidade.

Faça uma boa ação a ti mesmo, ajude apenas quem merece tua ajuda.

domingo, 15 de abril de 2012

Exigente


Por coincidência encontrei na parada de ônibus uma vizinha que há muito tempo não via. Conversamos um pouco e ela fez a fatídica pergunta “Tem namorada?”. Eu disse que não. Ela insistiu “Nenhuma?” e eu respondi que não novamente. O que ela disse em seguida foi o melhor: “Nunca te vi namorando nesses anos todos, tu é todo bonito, mas deve ser muito exigente”. Não pude conter a risada.

Cara, eu me divirto com as conclusões que as pessoas têm sobre mim. De fato, sou exigente, mas comigo mesmo. Exijo de mim ser uma boa pessoa, ter sucesso na vida, tomar decisões em virtude de meu caráter e não deixar de aproveitar as boas oportunidades que surgem (sejam profissionais, sejam atividades indecentes e descabidas nessa vida fanfarrona). Mas, no lado amoroso, acho que nunca exigi muito.

Não interprete isso como eu aceitar qualquer coisa que surja, mas no sentido de não idealizar a mulher perfeita e que faça tudo que quero. Todas as vezes que gostei de alguém me mantive igual, tratando com respeito e carinho, e mimando um pouco com meu lado artista/criativo, apesar de isso ir contra meus ideais de macho ignorante troglodita.

Pensando melhor, deve ser por isso que nunca tive namorada. Costumo me doar (no bom sentido) aquilo que me interessa e me inspira, seja uma garota ou outra atividade/esquema qualquer. Ao fazer isso, me torno um cara apaixonado e motivado por aquilo, e as pessoas costumam ter medo de quem gosta muito de algo, encaram como um sinal de fraqueza, mesmo sendo na realidade um grande sinal de força. Ou vá lá, to falando asneira e minha vizinha que me avacalhou e na verdade sou feio e idiota ao invés de todo bonito.

Enfim, a única coisa que exigi das mulheres que conheci foi compreensão. Mas, com tudo que vivi e recebi até hoje, talvez isso seja exigir demais.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Não olhe no fundo da garrafa


Certas coisas na vida não podem ser evitadas. O desespero, quando você se sente acuado, é uma delas. Meu autocontrole tem sido levado aos extremos, tem horas que não sei como ainda consigo sorrir quando falo com as pessoas.

Alguns problemas se somam, e forma um emaranhado, um labirinto pra ser mais específico. E dentro desse labirinto estou eu, a procura do fio dourado que me conduzirá a saída.

Não fosse a dose diária de Heavy Metal e os exercícios eu provavelmente ficaria louco. Mas nem eles têm dado conta. Percebi que tenho ouvido as mesmas músicas, as mais depressivas. E os exercícios já não ajudam que nem antes, tenho tratado meu corpo de forma cada vez mais intensa, mas é a mente que precisa de ajuda.

Comecei a beber mais de uns tempos pra cá. Isso não é muito bom. Gosto de beber, mas precisa ser em virtude de boas vibrações, e não estou nos melhores dias. Pensei sobre isso ontem mesmo, enquanto tomava uma cerveja sozinho.

Larguei aquela porcaria, sou forte o suficiente pra resolver meus problemas, e tenho qualidades de sobra pra ser reconhecido. Olhar no fundo da garrafa a procura de respostas é para os fracos. Eu sou melhor que isso.

Não, não parei de beber. Mas de agora em diante será apenas por bons motivos. E, se não tenho bons motivos nesse momento, vou criá-los. Sem bons motivos pra ser feliz, não tenho motivos pra viver. Eu quero viver.