Tem horas que não sei o que faço. Paro, respiro, olho em volta, repenso tudo, e mesmo assim não sei o que fazer. Chega um ponto que acabo não sabendo mais nada, nem quem eu sou.
Meu atual local de trabalho possui uma vista magnífica da cidade, que leva para o porto. Basta virar a cabeça e me perder no horizonte, me perder em pensamentos. Mas eu não gosto de me sentir perdido.
Quero sentir o vento nos cabelos igual um motociclista na Rota 66. Quero ser intenso, mais intenso que o brilho do sol no verão. Quero liberdade.
Mas não aquela liberdade para farrear, ou para dizer “faço o que quiser”, aquela falsa necessidade de não se sentir comandado. Não! Quero liberdade de viver, aquela liberdade espiritual. A liberdade de ter escolhas, de me desvencilhar da ideia de ser apenas 8 ou 80. Quero ser livre pra errar, pra acertar, pra duvidar, pra amar.
Talvez, como minha colega disse ontem, o problema é tentarmos abraçar o mundo, sendo que o mundo é grande demais para conquistarmos ele sozinho. E, sim, acho que tentei abraçar o mundo com tanta ganância e fome de conhecimento, que acabei por não suportar tudo que ele proporciona.
Minha liberdade, mesmo existindo, acaba por ser suprimida quando confronta a realidade de que, por mais que tentemos, podemos ser prisioneiros de nós mesmos.
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