Minhas mãos tremem quando fico nervoso. Tenho ficado muito nervoso ultimamente, apesar do semblante calmo e tranquilo que deixo para as pessoas. Ninguém merecem minha ira e meu descontentamento com diversos acontecimentos.
Sabe, minha mente prega peças em mim. Vive me lembrando de coisas que não quero.
Teve aquela vez que baixei a cabeça para um valentão e fui humilhado em frente a toda a escola.
Quando minha primeira paixão me deu um fora através de um bilhetinho.
A última vez que tomei cerveja com aquele que julguei meu melhor amigo durante muitos anos, até seguirmos caminhos diferentes.
Lembro de esperar meu pai me buscar para visitá-lo e ele não vir, me deixando sozinho novamente (mãe, o pai vai chegar? - não sei, filho).
As falhas que tive com pessoas que amei, onde não fui o homem honrado e porto seguro que sempre tento ser.
Tudo isso vem e vai nos momentos mais mundanos. Posso estar no trem ouvindo música ou no trabalho matando minhas demandas. Não importa, aparecem.
Não compreendo a representatividade que isso tem, sei que é para o crescimento e amadurecimento de minha vida, mas queria que não doessem tanto, que não fizessem minhas mãos tremer.
Entretanto, continuo transformando tais acontecimentos em força de espírito.
Não voltarei a baixar a cabeça para ninguém que me faça mal.
Aquele bilhetinho me fez ver que romances perfeitos só existem em novelas.
Meu ex melhor amigo mostrou que amizades as vezes não são pra sempre, por mais importantes que sejam.
A ausência de meu pai me fez crescer presente para os que me cercam e a buscar me aproximar dele por conta própria sem esperar nada em troca. Algo que não me arrependo, pois ele se foi mas fiz muitas boas memórias junto dele.
Vi que sempre estamos sujeitos a erros e acertos com quem amamos, mas o que importa é reconhecer os próprios atos e ir em frente. O que é pra ser, será, o que não for, algo novo virá.
As mãos tremem, o coração se abala, a mente se entristece, mas o espírito se fortalece.