Digo com orgulho que sou um trabalhador honesto. E, como todo trabalhador honesto, não tenho dinheiro em excesso. Consequentemente, ando de ônibus(popular busão). E, obviamente, ouço um monte de besteiras dos passageiros.
Nessa indiada em questão, sentei no banco atrás de dois senhores de idade(idade pré-histórica), que começaram a relembrar os "bons tempos". Claro que só falavam asneiras, até uma parte que me chamou atenção, e que irei transcrever abixoa. É o momento que os dois anciões começam a falar dos antigos amigos.
**Alguns nomes podem estar auterados, mas na essência tá tudo certo.Véio 1 - Ei, e que anda fazendo o Marquinhos?
Véio 2 - Ah, esse já morreu.
(acontece, né)
Véio 1 - Que pena, lembro que ele sempre andava com o mandiúla. E o mandiúla morreu faz pouco.
Véio 2 - É mesmo. E o Nestorzinho? Ainda tá casado com a Maneca?
Véio 1 - Ihh, o Nestorzinho bateu as botas ano passado. Morreu pobre, deixou só um galinheiro de herança.
Véio 2 - Também, gastava tudo com vagabunda e cigarro.
(Nesse momento me segurei pra não cair na gargalhada.)
Véio 1 - Eu lembro é de quando o Nestorzinho correu pelado com o Chuleta pela rua da garopa na festa daquele ano.
Véio 2 - Bah, e o Chuleta se foi e deixou saudade.
(Meu Deus, morreu todo mundo)
Véio 1 - Era bom aquele tempo. Era quando eu trabalhava com o falecido Carlos na fábrica.
Véio 2 - Eu lembro. Até fui no enterro dele.
(Ah pára, já é pegadinha do malandro)
Véio 1 - Isso sem contar os tempos com o Juveno lá na estância. Pena que morreu novo.
Véio 2 - Vou levantar que já é minha parada. Vou visitar um parente doente.
(parente que já vai estar morto na próxima conversa, tenho certeza)
Nossa, cada coisa que acontece. Se eu ouvisse mais, o número de mortes ia superar o Rambo 4. Mas não posso reclamar, vai que um dia sou eu o idoso contador de histórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário