O táxi passava por aquela rua silenciosa na madrugada. Havia um cidadão sentado em uma parada, e fez sinal para o táxi parar. O táxi parou e ele entrou.
Taxista: Pra onde?
Passageiro: Para a vida!
Taxista: Haha. Sério, cara, pra onde?
Passageiro: Não tenho certeza, preciso alçar novos horizontes.
Taxista: Tá, cara! Diz pra onde ou sai do táxi!
Passageiro: Não se altere. Vai dirigindo por onde quiser, essa cidade é bonita e quero conhecer as ruas.
Taxista: Tá me zoando? Sem dinheiro, né?
Passageiro mostra um maço de notas grandes que tinha no bolso. Apesar de achar que o cara é louco, o taxista fez o que ele pediu.
Passageiro: Que noite boa.
Taxista: É.
Passageiro: Nunca se sabe o que esperar.
Taxista (já de saco cheio): É...
Passageiro: O que tu acha de trabalhar como taxista?
Taxista: É um trabalho como outro qualquer.
Passageiro: Mas não pode se contentar em ser um outro qualquer.
Taxista: Tu é psicólogo por acaso?
Passageiro: Não, sou só um cara que pensa demais.
Taxista: ....
Passageiro: Penso em tudo. Na sociedade e seus costumes, no ser humano, no que há além de nós...
Taxista começa a ficar com vontade de parar tudo e tocar o cara pra fora, mas pensa no dinheiro e muda de ideia.
Passageiro: Penso, acima de tudo, em mim mesmo.
Taxista (dessa vez curioso): Como assim?
Passageiro: Eu me questiono. Por que faço o que faço? Quem sou eu? Algumas coisas consigo resposta, outras não.
Taxista (dessa vez interessado): E o que tu já respondeu?
Passageiro: Pouca coisa. Se eu tivesse todas as respostas, seria taxista.
Nesse ponto o taxista fica puto da vida e toca o passageiro pra fora do táxi. Não tem dinheiro que compense aturar gente louca.
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