Um amigo irreverente tem o hábito de dizer se a
pessoa é “real” ou não. No caso, é uma piada interna nas festas Rock/Metal pra
diferenciar os posers dos verdadeiros conhecedores do estilo. Bem, é engraçado
pra quem conhece o cara, mas não resolvi escrever para explicar piadas, e sim para
questionar até que ponto sou “real” na minha vida.
O que eu conheço? O que eu entendo? O que eu faço? O
que eu espero?
Sim, são questões filosóficas e abstratas, renderiam
uma boa tese de mestrado (ó, quem sabe rendam mesmo um dia). Na verdade eu não
tento, de fato, responder a elas, eu apenas as mantenho como referência para os
caminhos que sigo.
Mas hein? Comofas?
Simples, gafanhoto, você pode não entender
absolutamente nada de algo, mas isso não te impede de tentar, de querer, de
almejar sobre aquilo. Isso que te torna “real”, a fuga da zona de comodidade
para ampliar seus conhecimentos e adquirir novas experiências. Quem se contenta
com pouco ou acha que não é necessário ultrapassar certos limites não está no
seleto grupo “real”.
Eu me esforço pra ser “real”. Quero sempre conhecer
mais sobre meu estilo musical. Quero sempre novas experiências que me tragam
satisfação. Quero conhecer pessoas que deixem um sorriso em meu rosto quando
converso. Quero ampliar meus conhecimentos e me tornar um profissional cada vez
mais completo. Tudo isso, claro, sem esquecer a humildade, pois ninguém nasce
“real”, você se torna à medida que se esforça pra isso.
Eu sou “real”. Não porque eu seja melhor ou saiba
mais que os outros, mas porque eu tento fugir da comodidade que tenta nos
dominar. Às vezes consigo, às vezes não, mas uma vez “real”, sempre “real”.