Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Mensagem na garrafa

Hoje tivemos a reunião de equipe com os resultados do ano na "firma". Balanço geral, resultados que foram positivos, resultados que foram negativos, a confraternização, enfim, quem é do meio corporativo sabe como é isso.

Ao final, uma colega pegou um vidrinho cheio de papeis e disse "vocês lembram disso?". Eu não lembrava, mas alguns balançaram positivamente a cabeça. Ano passado cada um escreveu o que desejava para seu ano seguinte e guardamos ali para ver na reunião final do ano seguinte. Interessante, eu realmente não lembrava o que tinha escrito.

Meu bilhete tinha quatro coisas:
• Bons amigos.
• Mente tranquila.
• Coração leve.
• Manowar.

Refleti um pouco ao ler.

Tive, e ainda tenho, bons amigos. Poucos, mas são verdadeiros irmãos que me acompanham a vários anos.

Mente tranquila? Nem tanto, esse ficou a dever. Sabe, infelizmente coisas como processos jurídicos, excesso de demandas no trabalho, morte em família e dificuldades financeiras não costumam deixar a mente tão em paz. Mas nos viramos como podemos.

Coração leve... qual será o real significado disso? Talvez estar sentado aqui, sem culpa nenhuma de qualquer coisa, seja um sinal de que esse desejo foi bem atendido.

Agora... Manowar.... essa não poderia de maneira nenhuma deixar de ser cumprida. Você conhece Manowar? Caso não, faça o favor de sair deste site. Não, mentira, continue pois tenho muito apreço por tua pessoa :)   Manowar é tudo. Hail and Kill, brother of Metal!


Bem, voltando ao assunto principal, após cada um ler, tivemos que fazer um novo bilhete para ler ao final do próximo ano. Sabe o que fiz? Escrevi as mesmas coisas.

Bons amigos, mente tranquila, coração leve e Manowar. Quem precisa de algo mais pra ser completo na vida?

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

E aquela sensação?

Já teve aquela sensação de vitória? De vencer o páreo, ultrapassar limites, ser o rei do pedaço. Espero que sim. Todos merecem um momento desses vez ou outra.

Já teve aquela sensação de derrota? Nada que fez deu certo, você é um nada, a escória que sobrou. Espero que não, mas provavelmente sim, é comum ao ser humano. Ninguém vence sempre na vida.

Já teve aquela sensação de descrença? Nosso sistema falido não apresenta evolução, somos hamsters correndo em uma roda atrás do petisco. Bem, essa depende do seu nível de lucidez.

Já teve aquela sensação de felicidade plena? Satisfação total com a vida, sem preocupações, dores ou inconveniências. Provavelmente não, é algo raro e, pensando melhor, nem um pouco confiável.

Já teve aquela sensação de ser amado(a)? O calor fluindo pelos vasos sanguíneos, um sentimento lindo que transpassa o mundo corporal. Do fundo do meu coração, desejo que já tenha tido.

Já teve aquela sensação de abandono? Tudo que fez relegado a nada, horas, dias, meses dedicados jogados no lixo sem remorso. Talvez, nossa vida nos mostra muitas pessoas que nos abandonam.

Já teve aquela sensação de indiferença? Sabe, tanto faz.

Sensações aqui e ali, variantes como o humor de uma pessoa com transtorno de personalidade borderline. Mas não precisa ter transtorno para ser um mar de sensações, você apenas precisa ser humano. E nunca fui tão humano como sou agora.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sem moleza

Alguns meses atrás eu falei que comprei um carro. Sabe, dirigir não é uma tarefa fácil, ainda mais em Sapucaia do Sul, minha terra natal. Sem bairrismos, apenas digamos que um excesso de falta de noção dos moradores dessa pequena cidade dificulta consideravelmente o bom andamento do trânsito.

É carro que corta tua frente. É pisca que não é ligado. Olha só, um pedestre correndo e te obrigando a frear em cima do laço totalmente de repente!!! Poisé, amigos, bem vindo ao caos.

Mas isso não é nada, experimente dirigir em Porto Alegre.... qualquer erro cometido é seguido de uma sinfonia de  buzinas e maldições gritadas através dos vidros que se perpetuarão por toda a minha prole até o final dos tempos.

Apesar disso tudo, é muito bom dirigir. Comecei meio caótico, errando tudo o tempo todo, mais nervoso que torcedor em final de campeonato. Peguei uma boa prática, tenho segurança e, claro, sou alugado pela minha mãe, vó, namorada e quem mais puder para ir em qualquer lugar. Vida de adulto não é fácil.

Dirigir não é uma tarefa fácil.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Casa dos sonhos

Algumas coisas não são fáceis de resolver. Inventário é uma delas. Algumas posses aqui e ali, algumas dívidas aqui e ali, complicações aqui e ali.... enfim, não é fácil.

No último final de semana fui olhar a casa na praia de meu falecido pai com a família. Uma construção quase pronta em um condomínio fechado em uma lagoa. Legal, né? Sim, até seria se não fossem diversos fatores que nos obrigarão a vender ela, todos tem suas prioridades e ninguém no momento pode arcar com essa parte integralmente na divisão de bens.

Entretanto, isso não é nada de mais, é parte do processo. O mais difícil foi realmente ir lá. Andar por aqueles cômodos, ver uma casa linda, visualizar em cada cômodo um futuro que não acontecerá. Eu sempre passei os finais de ano com o meu pai, sua esposa e meus irmãos, na casa da praia dele (que era outra antes dessa). Em seus últimos anos de vida, ele adquiriu essa propriedade e estava exaustivamente construindo sua morada definitiva, ele queria se mudar pra lá e curtir a aposentadoria.

Uma casa linda, ampla, em um local paradisíaco. Falávamos tanto de lá, de como ele queria que eu fosse todos os finais de semana possíveis no verão para aproveitar com eles. Um daqueles quartos seria só pra mim e minha namorada (fosse quem fosse rsrs), e ele me mostrava fotos do passo a passo da construção, que eu nunca tinha visitado até então. Eu imaginava tantas festividades, tanto descanso, tardes ensolaradas de verão (e, por quê não, tardes frias de inverno também) destinadas a minha família.

Bem, quis o destino que ele se fosse, que o sonho de veranear com meu velho tomando cerveja na beira de uma lagoa ficasse apenas em sonho. Ir lá me doeu muito, um aperto no coração. Como sinto saudades dele, nossa, que falta ele me faz. Ver aquela casa dos sonhos ativou meus sentimentos. Sonhos que nunca se realizarão.

Procuro forças para seguir a vida, que é muito mais difícil desde que ele se foi. Mas eu encontrarei essa força, um dia talvez eu tenha minha própria casa dos sonhos, com minha própria família que amarei muito e nunca abandonarei por escolha própria como ele fez. Ou talvez não, quem sabe eu continue gastando meu dinheiro em Heavy Metal, cerveja artesanal e bonequinhos importados. No fim, nunca sabemos o que vem pela frente, mas nada nos impede de sonhar.

terça-feira, 26 de julho de 2016

(Nem tão) Veloz e (um pouco) Furioso

Quando eu fiz 18 anos eu estava ainda em meu primeiro estágio e tinha um colega que era louco por carros. Ele me pilhou tanto que assim que ele fez 18 (logo depois de mim) ingressamos na auto escola juntos. Entre aulas teóricas ridículas (sério que atropelar alguém é crime? não acredito!!) e o café mais forte que provei na vida fomos pras práticas e pra prova.

Como era de se esperar ele passou na prova e eu não. Por burrice, claro. Fiz a prova toda certinha, mas exatamente no final, na hora de estacionar e entregar a chave, subi no cordão da calçada e o solavanco me fez tirar o pé da embreagem, apagando o carro. Parabéns, Eric, você conseguiu rodar no final. Azar, no mês seguinte eu fui lá de novo e passei.

Mas minha história com carros morreu aí. Dirigi meia dúzia de vezes o carro do meu avô e nunca mais peguei um volante, afinal eu não tinha dinheiro pra comprar o meu próprio.

Mas ok, porque eu contei isso tudo? Porque esse ano, eu resolvi mudar. Sou adulto, trabalho, tenho dinheiro (dinheiro, porra, grana, bufunfa, dimdim), comprei meu carro. Após quase 10 anos resolvi virar motorista de fato, chega de ter CNH só por ter.

Antes, claro, fiz umas aulinhas de reabilitação, não sou louco de sair dirigindo sem noção nenhuma. Me saí bem, fui tranquilo, hoje sou proprietário do Ericmóvel, um Fox preto muito bonito e vistoso. Claro que com um mês de uso eu sofri um acidente. Bem de leve, só um raspão porque um ônibus fez uma barbaridade na minha frente e gerou uma desviada macabra de minha parte, mas tudo intacto ainda.

Um carro traz muitas facilidades (e alguns gastos extras), mas guardarei umas histórias pra próxima. O que importa agora é treinar pra dirigir com estilo, tipo o Vin Diesel.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Ela é tudo

Ela é a noite que me acalenta. Seus olhos refletem a personalidade forte, ansiosa nas pequenas causas, distraída nos grandes cataclismas.

Quando me sinto só, ela me toca, me transforma, me impede de seguir os cruéis instintos da autodestruição. Impregnada de desejos, sanciona que devo seguir em frente, que devo acalentar os anseios e personificar única e especialmente a felicidade (que nunca é plena).

Ela é o caos, chega sem olhar pra frente batendo em tudo que vê, atingindo qualquer átomo que passe por seu caminho. Esse caos me rejuvenesce, reascende a chama da juventude, da liberdade, da petulância, do questionamento.

Nos momentos de perdição, ela é o caminho. Me conduz de volta a linha, mesmo sem saber o que está fazendo, a racionalidade que volta restabelece o fio condutor de meus atos.

Ela é a vida. Ela é só minha. E como me faz bem.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Senhor e o arroz com queijo

A cada 15 dias tenho aula em minha pós graduação. Como sempre saio correndo do trabalho para chegar na hora, passo em uma lancheria no caminho para comer algo. Normalmente chego, peço um misto quente com ovo e um café com leite e me alimento substancialmente.

Demorei a perceber, mas em todas as vezes que fui, tinha um senhor sentado em um canto. Esperando pacientemente, ele aguardava seu lanche, que se resumia a um prato de arroz. Sim, apenas um prato de arroz branco, bem soltinho.

Fiquei curioso e observei. Ele tinha uma sacola do lado, de onde tirava uma fatia de queijo, abria o arroz, jogava ela no meio, cobria com arroz e esperava por cerca de um minuto, enquanto o arroz quente derretia o queijo. Com um semblante de felicidade, ele se poe a comer. Achei curioso.

Após ver pela primeira vez o "modus operandi" do senhor, vi que em todas as vezes ele fazia o mesmo procedimento. Sempre no mesmo horário (o que eu chegava lá pra comer, pontualmente às 18h), sempre o mesmo prato de arroz, sempre aquela fatia de queijo de dentro da sacola. Após satisfeito, sempre pedia meio copo de água e tomava com um remédio que também estava dentro da sacola.

Sabe, para alguns isso deve ser estranho. Esse "velho esquisito" fica no canto, quieto, come sempre o mesmo prato, faz seu ritual, e vai embora. Quem será ele? Por quê gosta tanto de arroz com queijo?

Não importa. Quem sou eu para julgar, se todas as vezes que fui lá pedi um misto quente com ovo e um café com leite? Talvez aos olhos dele eu que seja um estranho por sempre pedir isso.

Nossos hábitos dizem muito sobre o que somos e como funcionamos. Gosto de meus hábitos, mesmo que nem todos sejam saudáveis. Esse senhor, mesmo que nunca tenha trocado uma palavra comigo, me mostrou que não podemos julgar as aparências, pois podemos ser semelhantes, mesmo que em níveis diferentes. Quem sabe ele me apelidou de "cara do misto quente com ovo".