É fácil perceber quando não
estamos legais e algo está errado, mas é difícil notarmos quando estamos bem. A
negatividade que corre diariamente pelos meios de comunicação e o pessimismo em
geral nos condicionam a esse “clima”. Não seria melhor apostar no outro lado da
moeda?
Entre filosofias
existencialistas e discussões acerca de balbúrdias noturnas com meus amigos,
percebi que sim, realmente é difícil notarmos as coisas boas da vida para tirarmos
proveito delas. Quando falo de “coisas boas da vida” não me refiro
exclusivamente a viagens, festas ou pecados carnais, mas a pequenos detalhes
que não requerem planejamento ou gastos financeiros. Coisas simples e
corriqueiras que colocam sorrisos em nossas faces.
Que tal chegar do trabalho
e sentar em uma cadeira para ler uma revista? Que tal acordar de manhã e olhar
para o céu, mesmo que seja um dia nublado? Que tal colocar aquele DVD da banda
que gosta enquanto toma café da manhã? Talvez não pareçam coisas tão
emocionantes, mas as faço quase todos os dias. O simples ato de digitar este
texto me proporciona enorme prazer.
Diversos finais de semana
passei em casa, navegando na internet, solitário e sem perspectivas. É uma
ociosidade e provavelmente um desperdício de tempo, mas se encontrar alguém pra
conversar virtualmente, que me alegre e discuta algum assunto interessante, já
valeu a pena. Seja sobre o novo filme do Stallone, os gostos musicais atuais ou
se é apenas aquela garota maravilhosa contando que pintou as unhas, pode ser o
prazer que eu procurava aquele dia.
“Tá mal, hein. Se teu
prazer é falar no MSN, tem pouca coisa boa na tua vida.”
Não foi isso que eu disse,
leitor incrédulo. Falo de reconhecer que até os momentos que popularmente são
ruins podem ser bons. Ao invés de reclamar de estar abandonado em casa, posso
encarar como uma oportunidade de ter uma experiência muito agradável.
Claro que falar
pessoalmente com as pessoas é melhor, mas nessas horas me encontro entre
diálogos e prazeres, e isso não tem preço.
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