Era sábado de noite e eu
estava em casa. Entrei no meu quarto com meia garrafa de cachaça, liguei o som
em um volume mediano (pra não acordar o resto do povo) e comecei a tomá-la com
trilha sonora do bom e velho Black Metal norueguês.
Se você já leu alguns
textos meus, deve ter percebido que os momentos que fico sozinho geram
reflexões sobre a vida e meu dia dia. Com o acréscimo da cachaça e do Black
Metal norueguês acho que foi uma das noites mais produtivas que tive nesse sentido.
O trabalho, os erros/acertos pro meu futuro, as maneiras que posso contribuir
pra ajudar minha família, aquela garota maldita que tá me enrolando, meus
estudos... enfim, uma coisa se conecta a outra e eu acabo fazendo uma “auto
análise terapêutica”.
Mas o que realmente
interessa disso tudo foi o momento que resolvi abrir minha caixa de lembranças.
Caso não saiba, há uma caixa grande em
cima do meu armário onde guardo aquelas coisas que não consigo botar fora,
algumas desde que eu era um pequeno nerd fã do Jaspion. Como eu estava pra lá
de bêbado, foi provavelmente o momento mais emocional que tive nos últimos
meses (quiçá no ano), visto que eu não mexia em nada daquilo a muito tempo.
Havia um chaveiro em
formato de coração com uma frase bonita (deve ter uns 30 anos, mas guardo ele),
um urso de pelúcia em miniatura dentro de uma redoma (sim, é fofo, mas continuo
malzão), um carrinho do Batman (único que meu primo nunca botou as mãos pra
quebrar), uma pequena jaqueta de quando eu era bebe... Alguns itens são muito
pessoais e você que lê não entenderia o motivo que eu tenho pra guardá-los, é
melhor eu omitir a maioria.
Uma caixinha quadrada eu
não lembrava o que era. Abri ela e havia uma segunda caixinha dentro. Dentro
desta segunda caixinha, havia um bilhete escrito a mão. Droga, pra que fui ler
o bilhete? É uma mensagem que me magoa desde a adolescência. Eu deveria queimar
esse papel, mas acabei guardando no mesmo lugar, fechei a caixa grande e
coloquei-a novamente em cima do armário. A caixa de lembranças felizes e
importantes óbviamente tinha uma lembraça triste e depressiva.
Fechar a caixa fechou o
ciclo filosófico da noite, não havia motivos pra continuar avaliando
passado/presente/futuro. Fui para a sala e liguei a TV. Meu Deus! Jaspion
passando depois da meia noite!!
Independente se o saldo
final de pensamentos foi feliz ou foi triste, impossível ficar mal quando olho
Jaspion. GIGANTE GUERREIRO DAILEON!
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