Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Indomável

No começo do blog eu escrevi sobre não cair na tentação da bebida alcoólica, aqui. Relendo, ainda é um texto impactante, mas eram muitas angústias de um Eric recém saído da adolescência, cheio de conflitos internos. Hoje, é o mesmo assunto, mas sob outra perspectiva, de um Eric já maduro (tá, nem tanto).

A bebida é uma escapatória rápida da realidade, mas ela é viciante e domina a mente. Eu sou profissional em minha rotina, nenhuma gota de álcool de segunda até sexta fim do dia, eu preciso de sobriedade (mesmo contra vontade) para lidar com meu trabalho.

Antigamente eu tinha uma regra, eu beberia apenas um dia na semana. Ou sexta, ou sábado ou domingo. Claro que, no auge da minha juventude, rapidinho virou dois dias, pois que jovem não faz arruaça sexta e sábado sempre que possível? Eventualmente, mesmo bebendo os dois dias, no domingo iam mais umas para fazer aquele churrasco ou apenas para finalizar o final de semana. Percebe a escalada?

O que antes era com ímpeto de felicidade se tornou necessidade. De maneira que uma sexta ou sábado sem álcool a boca fica seca, parece que algo está faltando. Para alguém que é mais jovem e forte, cheio de amigos e saindo, isso até pode fazer algum sentido, mas para um homem feito é um aviso de que algo está errado.

Eu tenho fases, nunca caí de fato dentro da bebida como um alcoólatra, mas a tentação é forte e, quando vejo que está me dominando, ativo o Dark Eric Guerreiro e expurgo ela de meu corpo. Passei por isso a pouco, me vi bebendo direto em meu tempo livre, querendo sempre mais, sendo que o efeito parece cada vez menor. Antes 3 latas para fechar uma sexta de muito trabalho, e eram o suficiente, de repente me vi tomando 6 e escalando para mais.

Não posso me permitir isso. Eu sei que sou um homem amargurado por algumas escolhas e acontecimentos na vida, mas não posso ceder a algo tão fraco. Não posso me afogar no álcool. Se é para me afogar, que seja em êxtase nos braços de alguém especial, que seja de felicidade olhando uma manhã de sol, que seja de alegria legítima com família e amigos (e eu tenho os dois). Afinal, eu sou um ótimo nadador, e devo manter meu espírito indomável para a alegria vazia que o álcool traz.

Que até os últimos dias, a garra para virar minhas escolhas continue. Que eu permaneça Indomável em essência, me deixando controlar apenas pelas emoções e sentimentos transformadores.

Mais uma vez, obrigado pela sua leitura.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Inspiração

Sim, vou cumprir a meta de um texto por dia esta semana, parando amanhã que é feriado em meu Estado. Que orgulho. Provavelmente após isso vou deixar um hiato de pensamentos, voltar a escrever apenas quando vier aquela inspiração.

Mas o que me inspira?

É complicado, cada um tem suas motivações próprias, eu comentei dois textos atrás que raiva e ódio são o que costuma me mover para mudanças, mas não são as inspirações para os momentos delicados e reflexivos.

Eu me inspirei outro dia quando minha cadelinha pulou em minha cadeira e me abraçou. Sim, ela me abraçou, mesmo que irracionalmente, aquilo me encheu de alegria. Em uma manhã de sol, logo que acordei, me inspirei ao olhar para as árvores da minha casa e ver diversos passarinhos cantando, fui tomado por uma paz de espírito.

Eu me inspiro com uma conversa sincera, em rever alguém que a muito não via, em ouvir uma música que faça eu viajar para longe, o fato de estar respirando e levantando a cabeça frente a tudo que me acomete é uma inspiração por si.

Eu olho meu rosto no espelho, não sou mais aquele garoto risonho e cheio de expectativas, mas sempre que me vejo em um momento transformador eu sinto uma renovação de juventude. Preciso me inspirar mais, preciso manter a juventude de meu coração, o fogo do guerreiro não pode apagar sem luta.

Se você está lendo isso, seja hoje ou daqui a 10 anos, você é uma inspiração para minha escrita. Obrigado e até mais.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Hector Invictus III

Seguindo a promessa de um texto por dia essa semana, esse é um relato que eu segurei por muito tempo, do querido Hector Invictus III, um cachorro especial que entrou em minha vida e infelizmente se foi este ano.

Hector era um boxer forte, obediente e brabo. Sério, quando pequeno foi complicado, o bicho era um tanto agressivo, até que foi adestrado e se tornou um "lorde inglês" tal qual suas boas maneiras. Foi adotado de uma ninhada no bairro. Não posso negar um fato, eu não gostava tanto dele. Sempre fui apegado a cachorros mais bobos, mas sua personalidade peculiar cativava, ele tinha sim um lugar especial em meu coração.

Ele passou por alguns maus momentos, não morava comigo e foi negligenciado, acabou quase morrendo por uma coisa muito besta. Então tomei a decisão de trazê-lo para minha moradia, e fiquei feliz que a luz dele acendeu a luz em minha outra cadela, a Preta, que estava em depressão após a partida de sua companheira Xena Maria. Sim, é um fluxo de dogs esse conto haha.

Sabe aquela frase do amor a primeira vista? Definitivamente não foi o caso, apesar de ser positivo os dois ficarem juntos, começaram a brigar. Por fim, houve a chegada de um terceiro membro mediador, a indomável Pitica, que deixou tudo mais calmo, mas acabou que Hector foi morar com meus avós, que careciam de uma boa companhia. E aí sim, foi uma virada de glória.

Eu poderia dizer muitas coisas, mas eu não tenho como exaltar mais a benção de Hector naquela casa. Ele se mostrou um dog perfeito, companheiro e trazia a alegria máxima para aquela residência. Ele ficou por cerca de três anos, sempre com alegria e emoção, foi muito impactante.

Entretanto, a vida é finita, principalmente para nossos pequenos animais. Certo dia ele passou mal, não conseguia respirar. Fomos para o veterinário, bateria de exames, o pequeno sofria de um problema crônico a boxers, seu coração estava muito grande. Ele partiu 3 dias depois.

E foi assim, simples, que ele veio e se foi. Deixou marcas que ficarão para sempre, pequeno Hector Invictus III.

Ah, está curioso com o por quê desse nome? Hector pelo herói grego, Invictus pelo poema inglês e III (terceiro) porque eu tenho uma estranha lógica de redenção, onde o terceiro vai restaurar a glória de sua dinastia. E sim, de fato, ele trouxe muita glória. Obrigado, Hector. Breve e marcante, como um herói deve ser.







terça-feira, 17 de setembro de 2024

Você pode andar sob o Sol

Que coisa, depois de um hiato de quase 4 anos, eu tenho vontade de escrever dois dias seguidos? Quem sabe essa semana não faço um texto por dia. Sei que aqui temos poucos leitores, não sou alguém famoso, mas eventualmente esse texto chega em uma nova alma que busca bons textos.

Acho que já comentei em muitos textos que meu ídolo máximo na música é o falecido Ronnie James Dio. No mundo do Rock/Metal é chover no molhado falar da importância dele, mas se você não o conhece, é provavelmente o maior vocalista da história do Heavy Metal, pois ele teve lançamentos de sucesso e importância em basicamente tudo que ele passou, dos anos 60 até o falecimento no começo dos anos 2000. Sempre se reinventando, com letras magníficas, um peso inigualável e dentro de bandas que fizeram história para gerações de jovens revoltados.

Tá, mas o que tem de mais? Para quê estou falando disso?

Acontece que ele tem algumas das músicas que mais me impactaram em momentos específicos. Quando precisava crescer e buscava meu lugar ao sol, eu me via o Homem na Montanha Prateada (Man on The Silver Mountain). Quando queria me arriscar e ser intenso, nada como desafiar o destino e Morrer Jovem (Die Young). Já caí de amores por uma Garota do Campo que levou minha alma (Country Girl). Já me imaginei em grandes aventuras matando dragões (Killing The Dragon) e também já me senti como se estivesse morrendo ao amanhecer, de novo e de novo (Over and Over).

Não tenho nenhuma conexão tão forte com qualquer outro artista/banda. Mesmo aquelas músicas fantasiosas, sempre me deparava com alguma frase que me motivasse, que me transformasse, que fizesse uma reflexão.

A frase título é da música Cought in The Middle, cujo trecho abaixo é renovador:

Ao olhar para dentro de si mesmo

Talvez você veja alguém que não conhece

Talvez seja exatamente isso o que você precisa


E você, já olhou dentro de si mesmo?


segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Olhe pro Abismo

Pelo tempo que não venho aqui, ficou claro que eu basicamente desisti de escrever. Não sei explicar, o ímpeto da escrita foi me deixando, eu me vi sufocado, sem vontade de dialogar com o mundo exterior através do texto, algo que antes era uma necessidade.

Mas sabe de uma coisa, realmente meus ímpetos não têm sido os mesmos. Abrindo meu coração, desde que perdi meu pai, que foi seguido (e precedido) de uma série de situações que me abalaram, eu não sou mais o mesmo. Eu sinto que me tornei frio, muito frio, passei a me importar cada vez menos com tudo e todos.

Shows de Heavy Metal, que eram uma libertação, se tornaram triviais nas últimas vezes que fui. Eventos sociais ou familiares que eu mantinha um sorriso no rosto do começo ao fim se tornaram tão impactantes quanto ir na fruteira. Aqueles encontros com meus amigos, que sempre rendiam lembranças e histórias épicas do grupo Odinista (sim, nos intitulamos Odinistas), se tornaram encontros normais, onde conversamos um pouco, bebemos e logo cada um segue seu rumo. Meus treinos de luta e musculação estão sendo feitos a toque de caixa, sem real vontade. Sim, eu sei que muito disso que falei remete a uma faixa mais adolescente de nossas vidas, com os hormônios a flor da pele, mas eu já estava bem maduro quando tudo ainda era realidade e agora não mais.

Entretanto, hoje eu senti algo diferente. Não vou explicar o motivo, mas me vi envolto de raiva, meu sangue pulsou. Resolvi ir na academia e fiz um baita treino. Logo mais tarde vou ir lutar também, ainda estou no pique, tenho certeza que virá outro treino digno. É isso que preciso, essa garra, pois já explanei aqui em textos antigos como a raiva e ódio são meus motivadores.

Eu preciso queimar meu sangue, fritar minha mente com um objetivo "idiota" como raiva e ódio, pois é isso que me fez passar pelos grandes momentos transformadores da minha vida. Sim, meu apoio mental para superar barreiras sempre foi ficar furioso, é bobo sim, é infantil sim, mas funciona.

Eu preciso queimar, mas tenho estado sem combustível. E talvez a resposta seja essa, voltar a atenção para aquelas situações, ocasiões e pessoas que me corroem, que me fazem virar o Mr. Hyde, quando eu estiver caindo pro abismo, tenho que olhar pra ele de volta com toda a tenacidade que tiver no meu âmago e usar essa força destruidora para sair dele e ir pro topo.

Enerve-se. Claro, também ame, também perdoe, também acalente as pessoas ao teu redor, mas hoje o texto não é sobre amor, é sobre dar uma bicuda no mundo e dizer OLHA AQUI, DESGRAÇADO, EU ESTOU BEM VIVO E VOU MOSTRAR O QUE SOU CAPAZ.