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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A porta do demônio

Moro em uma casa antiga, dessas construções feitas na década de 30/40. As paredes são bem grossas, coisa de uns 25cm. Meu quarto tem um roupeiro embutido, bem grande e espaçoso. Além disso, acima dele tem um segundo compartilhamento, uma portinha quadrada que tem acesso a um espaço extra, quase um "mini sótão".

É sobre esse espaço que quero falar.

Toda noite, antes de dormir, me certifico de que ele está fechado mas, ao acordar de manhã, vejo que está aberto novamente. Sempre. E não, isso não é uma piada, tampouco um dos contos de horror que já fiz neste blog, é real.

Não sei o que acontece, se é algo da madeira, se a curvatura não encaixa e abre lentamente. Minha teoria favorita é que há um demônio vivendo ali dentro.

Ele me observa durante a noite. Algumas vezes quando desperto de madrugada visualizo silhuetas pelo quarto. É o demônio do mini sótão. Quando percebe que acordei ele volta rapidamente pela portinha. Não é um demônio do mal, só é um demônio solitário, afinal, não deve ser divertido morar em um espaço 2m x 1m.

Quais as intenções do demônio? Definitivamente não quer a minha alma, já tem tanto tempo e nunca tentou roubar ela. Talvez fique mandando mensagens pro meu inconsciente enquanto durmo, pra me fazer mudar as atitudes durante o dia. Ou é mesmo só um voyeur, tem fetiche pra tudo.

Já pensei em trancar a portinha, prender o demônio lá dentro e nunca mais ser perturbado. Mas daí considerei a respeito, melhor não. Convivo a tanto tempo com meus demônios internos, que mal fará um demônio externo?

P.S.: A foto do post é a portinha do meu mini sótão.

2 comentários:

Helena Rodrigues disse...

Concordo, Erick! Às vezes, só mais um nem fará tanta diferença. O importante é conviver bem com todos. ;)

Beijos!

Eric Rafael Alves disse...

Ambos sabemos como é conviver com demônios internos e externos, né Helea?
hahaha

beijos