
Tá, isso foi resolvido com o passar dos anos. Mesmo assim, sempre relutei um pouco naquele momento de apagar a luz e me jogar nas trevas antes de ir para a cama. Dominar as próprias trevas é um desafio e tanto.
Mas me relaciono com a escuridão da mesma maneira que me relaciono com a vida. Faz parte da minha vida apenas o quê ou quem eu quero. Ou seja, está na escuridão apenas o que eu decido. E eu decidi que as malditas coisas deveriam parar de aparecer ali. Ou melhor, elas nem ao menos existem, era apenas passatempo de um menino com muita imaginação.
As coisas estão restritas a meus sonhos agora, pois os sonhos eu não domino. Então volta e meia acordo no meio da noite, e olho para escuridão do quarto, pensando se há ou não algo ali. Maldita imaginação infantil que permanece na vida adulta.
Talvez eu nunca escape completamente de meus medos, mas é bom, pois um homem sem medos é um homem sem desafios a enfrentar. E eu quero desafios.
Um comentário:
"Faz parte da minha vida apenas o quê ou quem eu quero".
Eis um pensamento que diz muita coisa. Desprezemos tudo o que não nos interessa, valorizemos o que tem realmente importância. Sejamos gratos a quem nos é grato.
E então a escuridão esclarece o que a luz esconde.
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