Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Expect no Mercy - Novo ano de análises

Olá, que bom ver você aqui. Sabe, durante esse ano eu fui muito ausente, devo ter escrito somente 3 ou 4 textos. Quebrei minha própria regra de quando criei o blog, de que sempre manteria no mínimo uma atualização a cada duas semanas. Vendo aqui, reparei que criei ele a longínquos seis anos. É muito tempo, ainda mais para um blog que o único objetivo é digitar pensamentos vez ou outra. A imensa maioria desiste após um ano, ou até após um mês.

Que coisa mais antiquada, ficar fazendo textos, não acha? E de certa forma eu sou antiquado. Ou, talvez usando uma palavra melhor, tradicional. Sim, eu gosto do tradicional, mesmo que reinventado a ponto de ser um tradicional moderno.

O que quero dizer com tudo isso? Nada, são apenas pensamentos. Tudo neste blog são pensamentos.

Ao longo de 2014 o que não me faltaram foram pensamentos. Tantos e tão complicados que nem consegui colocá-los escritos aqui. Sim, foi um ano difícil, muito difícil. Inúmeras vezes pensei em escrever como me sentia, mas quando me sentava em frente a tela, simplesmente não conseguia.

O que aconteceu de ruim em 2014?
Problemas. Todos tem problemas. Problemas me deixam insatisfeito.
Insatisfação no emprego, que culminou em uma amarga demissão.
Insatisfação no amor, que culminou em um sofrido (ao menos pra mim) rompimento.
Insatisfação no corpo, pois com os dois problemas anteriores me descuidei com má alimentação e bebidas.
Insatisfação espiritual pois, ao ver expectativas não sendo atingidas, me deprimi.

Pouquíssimas vezes me vi sem forças. Eu sempre representei um "porto seguro" para as pessoas que me rodeiam, por ser efetivo, por ajudar os outros a superar seus problemas e sempre permanecer com um sorriso no rosto e uma palavra amiga e racional. Mas eu não conseguia superar os meus próprios contratempos. Minha fachada de paz e racionalidade escondia inquietação e desespero.

Entretanto, ao mesmo tempo que tive esses desgastantes problemas, me vi livre pra pensar e refletir. Reconsiderar atitudes, pessoas, oportunidades. Mesmo diante de tantos "erros" ainda permaneciam muitos acertos.

Minha família e amigos permaneceram ao meu lado, como sempre. Aliás, alguns tiveram exatamente os mesmos causos que eu (na vida profissional e amorosa), e nos ajudamos mutuamente. Isso serviu pra ver que, por mais que tudo esteja uma desgraça, tem gente que compartilha da mesma situação.

Resolvi dar a volta por cima. Se no começo desse blog eu escrevia que sempre me esforçaria diante das adversidades, então eu manteria minha promessa.

Arranjei outra emprego. E melhor que o anterior, em todos os aspectos.
Arranjei outros amores, mas nisso não posso dizer se melhores ou piores que o anterior, pois cada pessoa tem suas qualidades e defeitos.
Voltei aos estudos. Eu sentia falta, mas não só isso, é necessário para me tornar cada dia mais profissional.

Além disso, resolvi realizar um sonho de infância: virar lutador. É sério. Agora sou praticante de Muay Thai, já até me graduei, e pretendo continuar subindo de nível até virar um Jackie Chan do guetto. Detalhe que isso resolveu em parte meu problema de peso, pois agora estou ficando com um porte físico de lutador. Invejem-me, comedores de bacon.

Seis meses atrás, eu sentava aqui com um copo de bebida e ficava lamentando meus erros. Hoje eu sento aqui e penso que a vida, ah a vida, ela é uma caixinha de surpresas (como dizia o Joseph Climber). Quem imaginou que eu terminaria o ano com o coração tão leve?

Me olho no espelho e consigo sorrir verdadeiramente. Certamente o próximo ano trará outros problemas, isso se os que tive esse ano não retornarem. Entretanto, eu treinei tanto física quanto emocionalmente pra dar uma porrada na cara dos problemas. Uma porrada estilo Chuck Norris.

Assim como a música do Nazareth (do disco cuja capa ilustra este post, Expect no Mercy):

"Se você está pronto para a rua e
Você quer arrumar confusão,
                                                          Deixe-me contar algo a você

Não espere perdão"

domingo, 21 de dezembro de 2014

A vida, o universo e tudo mais

Era o mesmo de sempre, a família comemorando, todos brindando, entrega de presentes e aquelas mesmas piadas de peru, pavê e etc. Apesar de ser uma confraternização, não aguentava mais, pegou e saiu da casa perto da meia noite. Precisava respirar o ar noturno, ficar um pouco sozinho.

As ruas estava desertas, claro, pois todos estavam em suas casas comemorando a noite de natal. Feriadinho sem importância.

Andando a esmo, refletindo sobre a vida, o universo e tudo mais, deparou-se com a rodovia estadual logo a frente. Havia uma passarela para fazer a travessia para o outro lado, e lá foi o rapaz, subindo devagar, contando os passos (um velho hábito da infância), parou exatamente na metade da passarela. Inclinou-se no parapeito e ficou olhando pra baixo. Apesar de ser perto da meia noite, havia uma grande quantidade de carros trafegando.

O que ele fazia ali parado? Nada além de ficar olhando. A mente estava completamente vazia, frente os milhares de pensamentos que transitavam alguns minutos atrás. Como é curiosa a mente humana, não?

Veio apenas uma coisa na cabeça: uma visão dele pulando dali, rumo ao solo. Veio seguido de uma única pergunta: E por quê não? E foi se inclinando mais e mais, ficando perigosamente na beirada.

"Bonita a vista, não acha?" - Veio essa voz logo ao lado dele.

Havia um senhor de barba e uma jaqueta de motoqueiro ali parado a poucos metros. Como ele não viu antes?

"Sim, bonita e impactante, eu diria." - Foi a resposta.

Aquele senhor exaltava um ar de paz e harmonia. Começou a puxar assunto. Falou do calor da noite, dos fogos de artifício que logo apareceriam, dos carros passando logo abaixo e também de como ele odiava essas reuniões de família.

O rapaz descontraiu, era uma conversa muito incentivadora. Ele ainda estava no parapeito, mas apenas se recostando pra manter o papo. Falava de muita coisa, até da vida, do universo e tudo mais.

Que senhor simpático, ouvia e dava conselhos pro jovem. Alguns que até ajudaram a superar os pensamentos da ex que o abandonara poucos meses antes. Rá, sempre é problema com a ex, não?

De repente os fogos de artifício iniciaram. Um show de fogos, na verdade. Lindo de se ver do ponto que estavam. O rapaz agradeceu muito o senhor e voltou pra casa, afinal, tinha que dar uns abraços e desejar feliz natal, faz parte do cronograma familiar.

Por muito tempo depois disso, nenhum pensamento sobre pular de pontes veio a mente dele, tampouco desesperos emocionais por causa de ex. Apenas pensava que se aquele cara era o Papai Noel, que pelo menos tinha uma jaqueta estilosa. Será que o trenó era uma Harley Davidson?

E assim seguiu a vida.

...

P.S: "A vida, o universo e tudo mais" é o terceiro livro da trilogia de cinco partes do Guia do Mochileiro das Galáxias. Recomendo, pois há um nível filosófico altíssimo entre as piadas.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Raiva motivacional

Dentre todos os gibis que estão na minha estante, destaco a coleção do Incrível Hulk. Está incompleta, mas é a que mais tenho material.
 
Bruce Banner era calmo, gentil, introspectivo e racional. Porém, diante da raiva, virava uma besta incontrolável.
 
Mas o que isso importa? Eu sempre me identifiquei com os extremos vistos nas histórias do Hulk. A que ponto um homem precisa manter sua racionalidade para evitar virar um monstro? Como ser calmo e gentil quando tem sua paciência posta a prova?
 
Já expus em alguns textos antigos que a raiva/fúria/ódio possuem um efeito "motivador" em mim. Nunca entendi direito, mas quanto mais ódio sinto por algo ou alguém, mais me esforço em meus objetivos.
 
Esse é o ponto, pois atualmente me vejo diante de novos objetivos. E, por motivos diversos, estou motivado pela raiva. Raiva que flui pelo meu sangue, que devasta minha mente com pensamentos negativos, que me deixa noites inteiras acordado e refletindo sobre meus erros. Isso é horrível, mas me deixa focado em transgredir as fronteiras da incapacidade.
 
Quisera eu não sentir raiva/ódio, talvez me sentisse mais leve. Mas, já que insistem em me perturbar, vou usar em benefício próprio, assim como o Hulk salvava o dia quando ficava louco e destruía os inimigos.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Penso, logo existo

Tem dias que você acorda pensando demais. Escova os dentes pensando demais, toma café da manhã pensando demais, vai pro trabalho pensando demais, almoça pensando demais e, ao fim do dia, se deita novamente na cama pensando demais.

Da vida e o universo, ao jornal que tinha uma notícia bizarra, daquele carro que soltou muita fumaça, tudo se mistura formando um novelo mental de pensamentos aleatórios. Por que isso?

Nunca saberei porque penso demais, só acabo pensando mais ainda sobre este fato. Pudera eu coordenar o que penso de maneira a não me irritar ou entristecer com fatos e acontecimentos que permeiam esses pensamentos. Bem, também há muitos pensamentos felizes, mas dificilmente eles dominam os dias pensativos.

Não fossem esses dias pensantes, acho que muito de nossa história não teria acontecido. De tomadas de decisão muito acertadas (ou erradas) a planos de vingança, tudo começa em um dia pensativo.

O pior disso tudo é a angústia. Mentes inquietas são mentes angustiadas, raivosas por algo que mude a situação, desordenados com as próprias vontades. Esse é o maior dos males pensantes.

Pense o que quiser pensar, mas não fique louco com isso.