Ontem, 22 de julho de 2025, faleceu Ozzy Osbourne. Esse acontecimento mexeu comigo, mesmo eu nem considerando ele meu artista preferido no Black Sabbath (Dio é meu ídolo máximo). Ozzy tinha pra mim um significado além do musical, era um dos criadores e representante do estilo que definiu meu caráter, o Heavy Metal.
O Eric adolescente, que passava tardes inteiras pesquisando novas bandas, em uma tarde específica descobriu o Sabbath. Aquela aura, aquele peso, aquela atmosfera, nunca tinha visto nada igual. Me transformou, me moldou. Pesquisei sobre eles, sobre influências, sobre o que fizeram antes, durante, depois, quem veio, quem foi, onde se alimentam, putz vieram aqui em mil novecentos e alguma coisa tocar e eu ainda não era nascido pra ver (droga), e por aí vai.
Ozzy, especificamente, nem era meu ídolo musical como mencionei antes, mas sempre me cativou como uma figura peculiar. Eu inclusive achava sua carreira solo melhor que muitos dos trabalhos dele no Sabbath, mas ele era místico em sua trajetória, pelas loucuras. Eu tenho o livro dele, morria rindo com tudo que ele fez. E não são lorotas, tem muita foto e gente para comprovar que ele era aquele ser indomável e imparável. Arrancar cabeça do morcego, cheirar formigas, mijar em monumentos históricos, a série de TV The Osbournes, fora o uso absurdo de substâncias.
Tive o provilégio de vê-lo ao vivo duas vezes. Em 2011 com sua banda e a outra me fugiu agora o ano, se foi 2015 ou 2018, com o Black Sabbath. Duas noites magníficas e inesquecíveis, sem reclamações.
Mas por quê será que seu falecimento mexeu comigo dessa maneira? Não tenho uma resposta específica, mas é como se um capítulo do meu livro da vida fosse encerrado. O frescor que a figura Ozzy fez no Eric adolescente gerou raízes que perduraram por mais de 20 anos e parece que com sua ida essas raízes foram cortadas. Eu senti o mesmo com o falecimento de Ronnie James Dio. Eu que já sofri algumas perdas na vida, fico abalado quando as despedidas são de meus ídolos.
Mas o Metal é resistência, é selvageria, é confrontar o que te oprime. Ozzy foi um exemplo para gerações. Sua despedida do plano terreno pode ter fechado um capítulo para mim, mas a muitos outros em continuidade e muitos outros que serão iniciados. É isso que o Heavy Metal me faz, é uma chama de fúria, velocidade e peso que nunca se apaga, não importa o quanto a sociedade tente nos corromper.
Viva o Metal. Viva a memória e legado de Ozzy Osbourne. Um ode a tudo que ele representou.