Insônia

De súbito me levantei. Algum barulho me acordou, e eu fiquei atordoado com esse lance repentino.
Mas o silêncio ainda reinava no quarto, deve ter sido a minha imaginação. Peguei meu celular pré-pago para ver que horas eram.
Quatro da manhã??? Ainda era muito cedo, dá pra dormir mais duas horas e meia até começar a me arrumar pro trabalho.
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Quem diz que eu consigo dormir.
Me viro pra cá. Me viro pra lá. Nada.
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Quatro e meia.
Deve ser esse calor todo. Ligo o ventilador no médio e me deito novamente. Aquela brisa refrescante me traz alívio, mas não sono. Continuo com os dois olhos bem abertos iguais aos de corujas.
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Quatro e quarenta e nove.
Talvez um pouco de música me dê sonolência. Fones nos ouvidos, ligo nas mais calmas para não ter sobressaltos com batidas pesadas ou guturais rasgados. Boston e ZZ Top são minhas escolhas.
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Cinco e vinte e dois.
É, já ouvi umas dez músicas e não adiantou porra nenhuma.
É melhor ligar a tv. Costumo dormir em frente a tela.
Opa, Chaves!!
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Cinco e cinquenta e oito.
Acabou o Chaves, adoro o episódio do futebol americano, dei umas risadas silenciosas pra não acordar o resto da casa.
E o sono? Ora, quem consegue dormir com a turma da vila passando na tela.
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Seis e quinze.
Desliguei a tv, o rádio e o ventilador. Não adiantaram pra nada mesmo. Melhor me perder em pensamentos, vai que eu cochilo de repente.
Nossa, como era bonita aquela garota. Porque ela me deu o fora daquele jeito?
Desgraçada.
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Seis e vinte e nove.
É difícil cochilar quando se está furioso pensando na ex(aquela desgraçada).
Toca o despertador do celular com a clássica "I'm a Rebell" do ACCEPT. É, meu amigo, hora de começar a se arrumar, o trampo lhe aguarda.
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Sete e meia.
Parece que o sono me abandonou completamente. Nem pisquei desde a hora que acordei.
Menos mal, isso quer dizer que eu não preciso me preocupar em ficar sonolento no trabalho.
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Oito horas.
Cheguei na empresa e já liguei o computador.
Mãos a obra guerreiro.
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Oito e cinco.
Nossa, que sono.