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domingo, 2 de maio de 2010

Rompendo os limites



O sol tava pegando com tudo em minha testa suada, afinal era onze da manhã de sábado e o jogo de futebol era em um campo aberto. Bem, habilidade estava em falta pra todos, afinal é só um grupo de amigos gordos e preguiçosos que insistem em correr atrás da bola uma vez por semana. Um tio que estava vendo o jogo definiu tudo com a célebre frase "Tá equilibrado, os dois times são ruins."

Me sentia como um moribundo, já com os urubus voando em volta só esperando a presa cair no chão. Mas eis que certo momento a bola veio voando e passou por mim. De alguma forma, juntei forças e saí correndo atrás dela junto com o zagueiro do outro time. Ambos corríamos lado a lado numa disputa afiadíssima. Não sei como, disparei de tal forma que me distanciei uns dois metros dele e chutei a gol. Teria sido uma linda cena se o goleiro não tivesse defendido com a ponta dos dedos. Mas o que chamou a atenção desse fato banal foi quando o zagueiro me disse "Bah, não sabia que tu conseguia correr desse jeito!"

Pois é, nem eu sabia. Posteriormente parei pra pensar a respeito e percebi que não era a primeira vez que eu alcançava um nível físico que os outros não supunham que eu tivesse. Não estou me colocando numa categoria de super atleta, mas sim daqueles que uma vez ou outra mostram algo que os outros nem imaginavam que pudesse ser feito. Exemplificando melhor, seria o mesmo que ver aquele nerd franzino derrubar o valentão da escola com apenas dois socos. É raro, mas acontece de vez em quando, não só comigo, mas com todas as pessoas.

Minha mãe se espantou uma vez que eu fiquei tão brabo que levantei um butijão de gás apenas com um braço... quando eu tinha 15 anos (mas depois não consegui repetir).
Certa vez voltava a pé da academia acompanhado de um amigo de bicicleta e começou a chover. Ele me disse "rá, vai te molhar" e se mandou, mas baixou um espírito de Forrest Gump e eu larguei na corrida tão rápido, e forcei tanto as pernas, que passei a bicicleta dele e me manti na frente por uns 50 metros.
E outra vez espantei a professora de karatê da academia (mas eu não lutava karatê) ao fingir que ia dar um chute do Chuck Norris e fazer perfeitamente o movimento. Ela pensou que eu já tinha certo grau de luta, mas eu só sabia de ver filmes na tv. É claro que não cheguei nem perto de acertar esse chute nas outras vezes que tentei.

Esses pequenos acontecimentos são constantes de todos, como uma força interna que nos impele a romper os limites quando necessitamos, ou então nas horas mais esdrúxulas possíveis, para o espanto dos demais.

Bem que eu gostaria de conseguir correr tão rápido em todos os jogos de futebol.


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