Agora que chegou aqui não tem mais volta, meu amigo.

Então leia e aproveite o que minha loucura criatividade tem para oferecer.

domingo, 8 de maio de 2011

Eles sabem

Eu não devia ter visto aquilo, ninguém deveria ver aquilo. Preciso fugir. Maldita curiosidade.

Desvendei sem querer o código secreto que espalharam, agora sei o que ELES pretendem fazer. O problema é que ELES sabem que eu sei, e estão atrás de mim. Na mesma hora fugi de casa e vi que, enquanto dobrava a esquina, ela foi cercada por muitos carros DELES. Não posso mais voltar lá. Deixei esposa e filho pra trás, não posso envolvê-los nisso.

A perseguição começou e não teve mais fim.

A vida é uma fuga constante, pois ELES me rastreiam de todas as formas possíveis. Não posso ligar pra familiares nem conhecidos, minha voz foi codificada no sistema telefônico. Não posso comprar nada em lugares que possuam câmeras de segurança, meu rosto foi mapeado digitalmente. Não posso acessar nenhum site ou sistema com informações a meu respeito, tudo ativa os alarmes pra denunciar minha localização. Não posso nem ao menos andar na rua sem esconder meu rosto, os caçadores profissionais encontram-se em cada esquina com meu retrato em mãos.

Não sei mais o que fazer, basicamente não existo na sociedade, tamanho as precauções que tenho tomado. Isso já dura um ano. Pode imaginar o que é isso? Um ano em silêncio, escondido pelos cantos. Um ano passando necessidades e comendo qualquer coisa que sirva de alimento. Um ano sem saber o que é se relacionar com qualquer tipo de pessoa, desde uma simples conversa até um acalorado pecado carnal. Tudo por culpa DELES.

Chega!! Não aguento mais!!! Preciso de pelo menos algum aspecto civilizado pra manter a razão! Depois de um ano, ELES devem ter acalmado um pouco, talvez eu possa ao menos visualizar minha antiga vida. Vou até em casa. Só passar pela frente, nada muito perigoso.

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O caminho até lá estava livre de caçadores, tudo parecia em paz. Minha casa, minha linda casa, que saudade de lá! Nossa, minha esposa está lá dentro! Vejo sua cabeça na janela! Vou lá rapidamente, preciso ao menos dar um beijo nela e em meu filho, eles precisam saber que estou vivo e os amo muito.

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No momento em que abri a porta percebi meu erro. Não era minha mulher na janela, era uma agente DELES disfarçada. No que me virei pra correr tomei um tiro em cada perna. Impotente, me vi cercado por dezenas DELES. Fui amarrado e vendado, em seguida me tocaram em um tipo de veículo.

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Não sei onde estou agora, nem o que vão fazer comigo. Me encontro preso a uma cadeira, sangrando e delirando de dor. Um fio amarrado ao braço dá um choque a cada minuto, o que me impede de desmaiar. Eles me querem acordado. Ouço os gritos vindos das paredes, devem ser os coitados que também descobriram a verdade. Há sangue pelo chão e um cheiro pútrido de morte em cada canto deste maldito calabouço. Tudo porque eu sei demais.

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