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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Conflitos internos

Mais uma vez me acordei durante a madrugada. Suor na testa, mesmo com o ventilador ligado a toda força apenas alguns centímetros da cama. Tive um sonho devastador, psicológicamente falando. Já relatei aqui algumas vezes que meus sonhos não são iguais aos da maioria, são geralmente surreais e cheios de metáforas (ou porradaria e desenhos animados).

Porém, em algumas raras ocasiões, esses sonhos fogem do habitual e causam um efeito forte sobre meus pensamentos. Trazem a tona realidades, verdades e lembranças que eu tentava esquecer, reascendendo na minha mente questionamentos e reprovações sobre o rumo que tenho tomado na vida.

Chances perdidas ou mal aproveitadas, e aqueles momentos que foram muito bons e representaram um ponto importante na minha formação, mas que de alguma forma se despedaçaram e hoje são apenas sombras negras e gélidas que me assolam. Por falta de fé em mim mesmo e determinação, todas essas coisas trafegam na auto estrada da minha cabeça, causando um momentâneo arrependimento e até, talvez, desespero.

Lembrei de uma situação de um antigo filme, onde dois idiotas metaleiros viajavam numa máquina do tempo. Então veio aquela questão: Se eu tivesse uma máquina do tempo, o que eu mudaria?

Não é uma dúvida fácil. Eu deveria ter batido naquele valentão que me ameaçou e me fez passar vergonha ao invés de sair quieto? Eu deveria ter realmente estudado áreas que hoje sou deficiente? Deveria ter aproveitado aquele momento único que fiquei sozinho ao lado da garota mais linda que já vi, ao invés de falar bobagens e depois ir embora? Poderia, Meu Deus, mudar tantas coisas que me deram errado, e trazer felicidades que hoje custo tanto a ter?

É claro que durante o resto dessa noite de desconforto não cheguei a dar um bocejo sequer. A reflexão me dominou por completo. De manhã cedo, enquanto me arrumava para ir ao trabalho, liguei meu rádio e coloquei um CD do Whitesnake, sem perceber. Fiquei por uns minutos apreciando a melodia, até que me toquei. Já disse anteriormente que toda vez que ouço essa banda é porque alguma coisa está errada comigo. Não por falta de qualidade musical, eles são mestres, mas praticamente só os ouço quando estou em um momento melancólico.

Parei um pouco para um último pensamento sobre o assunto.

Se eu estou assim hoje, é porque foi o caminho que escolhi. Foram escolhas que julguei certo, e não posso me arrepender delas. Se eu realmente pudesse voltar no tempo, algumas coisas seriam melhores, na mesma medida que outras seriam muito piores. Enquanto tive decepções inimagináveis, tive realizações incríveis. Portanto, o que foi... foi.

É com meu esforço pessoal e confiança de que as coisas uma hora dão certo que eu me desenvolvo. E reclamar ou ficar recordando não adianta nada, é preciso agir e alterar o que considera errado.

Desliguei o rádio e fui para o trabalho. Continuei meio inquieto pelo que a noite me trouxe, mas não deixarei que nada disso me subjulgue. Vivo para ter prazeres e ser feliz, embora de vez em quando esses sonhos gostem de aparecer e me lembrar de que nem tudo são rosas.

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