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segunda-feira, 22 de março de 2010

Não são fáceis as mudanças



Certo dia minha avó me arrastou da frente da TV e disse que estava na hora. "Hora de quê?", eu perguntei, "Hora de ir pra aula" foi a resposta. Essa foi a primeira grande mudança no andamento da minha vida.

Passei a ver diariamente dezenas e centenas de pessoas, entrar em um ritmo de horários e compromissos com a turma, um mundo novo para aquele moleque que até então só sabia o que os filmes de Chuck Norris tinham ensinado. Eu não estava preparado para aquilo, mas tive que me adaptar. Após alguns anos, foi a chegada a transferência para o ensino médio. Novamente pessoas e sistemas diferentes. Custei a me entrosar, mas foi uma mudança bem sucedida, de onde algumas boas amizades permanecem até hoje.

De forma similar foi minha transferência de um simples estudante para um estudante universitário. Talvez tenha sido a mais drástica no fator "estudos" de todas as que eu lembro. Um patamar acima do que imaginava, uma verdadeira realização, mesmo em vista dos problemas que tal status acarreta. Mas eu sabia dos riscos e estava preparado.

Mudar de emprego talvez seja o mais extremo. Saímos de um ambiente já dominado(ou não), onde temos um relacionamento já constituído com os colegas (ou não[2]) para algo totalmente novo e desafiador (ou não [3]). Claro, sempre com expectativas de melhoras, pois o risco de ser incompatível e não se dar bem é grande (ou não [4]).

Progressivamente na vida, nos deparamos com essas e tantas outras mudanças repentinas. Coisas desafiadoras como se ver diante da morte de alguém próximo, uma grande briga com a pessoa querida (que mudará o rumo de seu convívio) ou a perda de oportunidades importantes. E claro, com aquelas que são mínimas, mas igualmente importantes. Como não poder comparecer naquele jogo da final (e lamentar-se eternamente), não conseguir a única figurinha que faltava pra completar o álbum (tragédia total) ou simplesmente ouvir um "NÃO" quando convida aquela garota linda para sair (e sente-se totalmente destruído).

De fato, tudo muda (até bermuda), e resta apenas confrontarmos tais fatos. É bom ter uma mente esperta e preparada para essas ocasiões, embora algumas vezes são tão repentinas que é inevitável o choque. Mas, tal qual uma metamorfose ambulante, aprendemos e nos desenvolvemos com elas.

Bem, se tudo falhar, vire hippie.


3 comentários:

Geraldo Brito (Dado) disse...

Relevante...

Tiago disse...

Esses dias estive me deparando com o mesmo tipo de dúvidas, uma coisa bastante esclarecedora foi ter encontrado esse texto:

http://www.parana-online.com.br/colunistas/142/24255/?postagem=CASTANEDA+E+A+LINHAGEM+SAGRADA

Todos os caminhos são iguais...

Eric Rafael Alves disse...

Grande texto Tiago.
Nas palavras de Carlos Castañeda:
"O guerreiro-caçador jamais se desespera, se desgasta, ou perde seu tempo culpando os outros, porque sabe que em cada gesto seu está a responsabilidade de suas escolhas."