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sábado, 20 de junho de 2009

Cães de guerra

Eu fiquei chocado esses dias com um acontecimento banal para a maioria. Era só mais uma tarde comum, onde eu fui para a parada de ônibus na beira da federal esperar aquela lata da sardinhas que vem lotada todos os dias. Parei ao lado de várias pessoas e, de repente, olho para o lado e vejo dois filhotes de cachorro andando perdidos por aí.

Pobres animais. Pequeninos, talvez com pouco mais de três semanas de vida, esqueléticos, e com medo nos olhos. E, para todos que estavam vendo aquilo, não fazia a menor diferença eles estarem ali, vivos ou mortos. Apenas foram passando, receosos e com cautela por todos que ali permaneciam, e seguiram seu caminho perigoso pela BR 116.

Não posso ver animais em tais condições, me sinto mal com isso. Tive vontade de juntá-los e dar um lar feliz e digno para os dois pobrezinhos. Mas não fiz isso, apenas olhei, e com toda certeza ninguém fez nada para mudar o destino incerto dos dois.

"E daí?", você pensa.

Daí que isso é apenas um retrato do que milhares de animais passam dia após dia. Sofrendo com fome, maus tratos e falta de carinho desde que são filhotes. Morrem aos montes nas rodovias estaduais, e seus corpos putrefados lá ficam, como já parte da paisagem natural.

São apenas animais inocentes, que nada fizeram, mas que já são destinados a morte certa assim que nascem. E nem vou entrar em detalhes da crueldade que muitas vezes são submetidos, não conseguiria terminar de escrever isso aqui.

Pior do que tudo isso, não são apenas os animais que se encontram nessa situação. Basta andar pelas ruas e ver pessoas em situações que estão muito além do que possamos imaginar.

E o ser humano se julga o mais desenvolvido dos seres. Eu costumo rir disso, pois com toda certeza o mundo seria melhor sem nossas interferências. E todas essas pessoas e animais são apenas cães de guerra, como consequência de toda nossa "superioridade".

É vergonhoso. Acho que hoje vou beber pra tentar pensar outras coisas, mesmo que seja só por uma noite.

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